sábado, 4 de abril de 2015

Breves comentários sobre a reação à morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira


Foto do menino Eduardo morto com um tiro na cabeça (fonte)

Olá a todos! 


Muitos devem estar acompanhando o desenrolar do caso em torno da morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de dez anos, morador de uma favela brasileira e vítima de uma bala de fuzil na cabeça, bem como a repercussão que tem ocorrido. 

Pois bem, gostaria de fazer uma breve reflexão sobre a reação a esse caso, particularmente, à hipocrisia dos ideólogos com respeito a isso. 

Andei dando uma olhada nos perfis e comentários de alguns amigos da esquerda política no Facebook e percebi que estavam bem comovidos com o ocorrido; até aqui excelente, pois é o que se espera de uma pessoa com o mínimo de amor e "senso de humanidade". Mas fiquei abismado quando notei que estes estavam a reclamar da reação dos "coxinhas classe-média" ao ocorrido, digo, não ao fato de estarem reclamando per se (com o qual concordo), mas a como estavam fazendo-o:

Comentário crítico aos "coxinhas" no Facebook¹

Esclarecendo a crítica: a morte de uma criança, da favela ou não, classe média ou não, branca, negra ou asiática, é SEMPRE algo lamentável. Aliás, vamos além disso: a morte de QUALQUER pessoa, independente da idade, nível econômico ou local de moradia é lamentável. Pode ser que haja situações em que a morte é mais compreensível (em auto-defesa, perseguição a um genocida à la Hitler, etc.), mas nem por isso deixa de ser lamentável.

Diante disso, é triste notar que existem pessoas que desprezam a morte de uma criança apenas por que é da favela, dizendo "bandido bom é bandido morto", mas me é igualmente desgostante notar que há ideólogos que choram a morte da criança negra da favela, mas não dão a MÍNIMA quando a morte é de uma criança da classe média ou alta.² Reclamam da "desumanidade" dos "coxinhas", mas fazem o MESMO quando se trata de um filho deles. Quando a criança da favela é morta por policiais incompetentes (e vale lembrar que o julgamento oficial nem foi realizado), compartilham charges e frases de pesar em seus perfis, mas quando o filho do rico é vítima do sequestrador ou do assassino - aquele mesmo que os policiais despreparados tentam levar à justiça -, passam reto como se a notícia fosse de menor importância. 

Dois pesos e duas medidas? Difícil de não concluir isso, mas o caso fica pior no momento em que abrem a boca para criticar a "desumanidade" dos "coxinhas" enquanto eles próprios não fazem melhor. 

É nessas horas que fico feliz por ter escolhido não ser subserviente a ideologias e grupos ideólogos, mas a seguir minha própria avaliação dos fatos baseado na análise independente de argumentos. É aqui que eu vejo como é triste ver tanto o "coxinha" quanto o "enroladinho" na sua visão diminuta do mundo enquanto, em pleno clima de Páscoa, perdem a oportunidade de seguir à Cristo no seu ensino de amar a TODOS e lutar pelo bem de TODOS, ricos e pobres, negros e brancos, crianças e adultos, amigos e inimigos, segundo o que nos ensinou: "amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei" (Jo 13:34). 

Que Deus conforte o coração dos familiares de Eduardo Ferreira e faça justiça aos culpados, mas que Deus TAMBÉM faça isso aos familiares que não são negros e/ou moradores de favela e que também perderam seus entes queridos. 


Que o Senhor seja com vocês, 

Momergil


¹: Observação: não necessariamente a pessoa que fez este comentário é digna das críticas aqui realizadas.
²: Não é criança, mas pergunte-se quanto a quais esquerdistas brasileiros estão chorando a morte do filho do Geraldo Alckmin, por exemplo? Ou acaso este tinha menos direito à vida do que Eduardo?

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