quarta-feira, 10 de junho de 2015

Estudo afirma: videogames violentos diminuem a incidência de crimes




Olá a todos!


Acaso já ouviram pessoas relacionando jogar videogames violentos com aumento da violência, especialmente entre os jovens?

Preciso confessar que, prima facie, essa tese não me parece tão ruim. Geralmente entendemos que o ambiente em que vivemos e, especialmente, no qual nos educamos e formamos nossa mentalidade (ou seja, o ambiente vivenciado durante a infância e adolescência) bem como os eventos que passamos afetam o nosso comportamento e ajudam a nos moldar em quem nos tornamos, especialmente quando a exposição é prolongada ou o evento é forte, marcante. Não seria difícil encontrar alguns exemplos: a educação dos pais, o sofrimento de bullying na escola, a educação sexual (ou ainda a falta dela), os próprios abusos sexuais, etc..

Em face disso, é quase imediatista pensar que, ao jogar videogames violentos, a criança e o adolescente poderão ser influenciados por essa experiência, sobretudo se for prolongada e se for mais marcante (i.e., jogos mais violentos como GTA, Assassins' Creed, etc.), tornando-se por conseguinte mais violentas também.

Bom, eu concordo com esse raciocínio na medida de aceitar que é de fato possível [1] que tal coisa aconteça, mas naturalmente mais importante do que considerar a mera possibilidade é averiguar, se possível, se isso ocorre de fato - e se ocorre em taxas tais que justificariam alguma ação da parte da sociedade, como a proibição da comercialização de videogames violentos. E é aqui que o argumento a priori encontra o seu maior combatente: em pesquisas científicas que testificam que jogar jogos violentos não deixam as pessoas mais violentas.

Podemos encontrar várias páginas na internet comentando sobre esse assunto que volta e meia ressurge. O site de notícias Spotniks, por exemplo, publicou há algum tempo atrás uma matéria sobre um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Villanova e da Universidade de Rutgers que teria demonstrado justamente o contrário: que há uma correlação entre jogos violentos e diminuição da taxa de criminalidade.

Para ver a reportagem no Spotniks, clique aqui.[2]

Um outro estudo publicado na Journal of Youth and Adolescence mencionado numa reportagem do G1 defende a mesma tese. Para vê-lo, clique aqui.

É verdade que também há pesquisadores que suportam a tese da influência. Essa publicação na Scientific American Brasil, por exemplo, parece denfeder que a correlação entre jogar jogos violentos e diminuição da sensibilidade para mortes dá suporte à essa tese. Isso é bastante questionável já que justamente o contrário pode ser a verdade: que o fato de algumas pessoas serem mais inensíveis à violência em primeiro lugar é que as leva a jogar jogos mais violentos enquanto que as mais sensíveis, justamente por causa disso, se afastam daqueles.

Em suma, parece que podemos concluir satisfatoriamente que, apesar das possíveis aparências da primeira vista, os jogos violentos não trazem maior agressividade às pessoas. Isso não significa, contudo, que podemos dar as costas e ignorar essa questão; antes, devemos continuar alertas não apenas quanto às influências que estas e outras mídias podem estar trazendo a nós e aos nossos filhos, quanto como quando o uso destas pode ser indicativo de algum real problema na vida do jogador. "Em tudo, sejamos vigilantes".


Que o Senhor seja com vocês,

Momergil


(Se gostou, não se esqueça de compartilhar!)


[1] Uma observação complementar diz respeito à influência de mídias  violentas como um fator contribuinte numa circunstância permeada por outros fatos relevantes. Veja  estes comentários.

[2] Infelizmente o link no Spotniks ficou inválido. Felizmente uma parte da reportagem foi mencionada em outros locais: aqui e aqui.

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